Sobre sonhos
Ontem foi um dia emocionante pelas mensagens que recebi. Agradeço novamente por todas elas, pelos telefonemas, mimos e flores. Quero fazer 40 todos os dias : )
Acho que pela intensidade de sentimentos que adentrou pela noite, acompanhados por vinhos (sim, vinhos de diversos tipos! Ainda bem que o hangover foi leve, heheheheh), cai na cama num sono de pedra, mas tive um sonho a beirar o fantástico. Estávamos eu e meu marido numa praia muito linda, com falésias e areia branca, que eu sabia ser na Itália. Entusiasmados queríamos imediatamente entrar na água. Senti o toque quente das ondas, mas a medida que elas vinham, traziam consigo muitas, mas muitas serpentes marinhas, de diversas cores e tamanhos. Olhei para os meus pés e vi que da areia branca também brotavam espécies pequeninas. Todas vinham e serpenteavam ao nosso redor como se não estivéssemos ali. Eu, no auge da minha agonia, olhei para o meu marido. Ele estava num estado hipnótico, talvez maravilhado com tudo aquilo, sem se mover. Eu me debatia mas não me afastava daqueles seres, como se precisasse estar ali.
Acordei com a boca amarga e seca típica, e não conseguia parar de pensar no que havia visto em sonho. E me veio à cabeça uma música incrível que conhecia já há alguns anos e que fala exatamente sobre aquilo (deixarei o vídeo), pois sempre acordo e levo uma canção em pensamento o resto do dia.
Na adolescência sempre fui muito mística, adorava estudar e desvendar o simbolismo dos sonhos, e sempre ouvi dizer que as serpentes tinham um significado ruim, de desilusão e pessoas traiçoeiras. Nunca me conformei com essa interpretação simplista, até porque serpentes são animais tão encantadores em sua beleza única, que a meu ver serem peçonhentos não os faziam perder o seu charme e magia.
Me senti naquele mar de serpentes como num batismo, numa doação poderosa de coragem e força face ao desconhecido. E o marido ali de mãos dadas comigo, a admirar, sem medo, sem repulsa, pronto para nadar com serpentes, apto a mergulhar num oceano de adversidades e vir à tona ileso.
Acredito que este sonho veio como mais um presente, um especial para o meu primeiro dia com 40 anos, reabastecendo energias, abrindo o peito para os novos desafios, a me encher de confiança.
E vocês? Acham significados em sonhos, ou é coisa de piscianas como eu?
Nota: a gravura que usei para ilustrar o post é uma figura mitológica, o ouroboros, as serpentes que fecham um ciclo infinito a devorarem-se, que no meus tempos místicos da adolescência tinham todo um enigma para se desvendar...
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